Paremos pois quero me sentar,
sob esta árvore e poder cismar;
onde um dia à sombra estivemos ---
num encontro a dois a palpitar.
muitas vezes recitarei,
a ti que muito te amei,
o poema de
Faldl – el – Hagiri ---
(aquele que te murmurei):
“ela tem toda a flexibilidade,
do ramo que verga com intensidade,
e o seu olhar dá a embriaguez ---
do vinho da santidade.
por causa disso meu coração,
ficou prisioneiro desde então,
e se passar uma adolescente ---
recordar-me-ei dela com emoção.
só poderá ser feliz e viva,
quem na boca fez da saliva,
a bebida de suas manhãs ---
e nas noites foi toda altiva!...”
muito tempo depois cheio de tremor,
nos encontramos outra vez com pudor;
e aos seus joelhos as rosas que havia atirado ---
nesse dia voltaram a falar do nosso amor.
ah! aquela nossa grande felicidade,
foi tão rápida e ligeira na imensidade,
de uma noite qualquer da Primavera ---
(oh tu!, sempre cheia de boa vontade!).
não devias tu guarnecer essa tua cintura,
com rosas do terraço cheias de frescura,
se penso em ti recordo-me deste poema ---
de
Faldl - el – Hagiri como de uma cura!
Lisboa, 5.06.06